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Vista número 1: bênção, madrinha

Atualizado: 1 de mar. de 2022


Cercada por nuvens macias como algodão-doce, Konohana Sakuya Hime 木花開耶姫 paira acima da cratera do monte Fuji. A santa traz nas mãos um espelho de metal polido — símbolo de pureza e, por extensão de sentido, do divino — e um galho da árvore sagrada sakaki 榊 carregado de omikuji 御神籤, tiras de papel com oráculos de boa sorte.

Konohana Sakuya Hime estava prometida ao deus celestial Ninigi no Mikoto 瓊瓊杵尊, neto de Amaterasu Omikami 天照大御神, criadora do Japão, que o encarregou de governar a humanidade e ensiná-la o plantio do arroz. Na manhã seguinte à noite de núpcias, uma contente Konohana Sakuya Hime anunciou estar grávida. Contudo, o que seria um descontraído chá de revelação se transformou em casos de família. Isso porque, ressabiado, o marido atribuiu a paternidade a uma divindade terrena menor, com quem a esposa supostamente mantinha um affair.

Ofendida em sua honra, Konohana Sakuya Hime se meteu em uma cabana e decretou: que nenhuma semente ilegítima plantada em seu ventre sobreviva às chamas. Em seguida, ateou fogo na choça.

Em meio à fumaça e às cinzas, a deusa ressurgiu trazendo nos braços trigêmeos: Hoderi 火照命, Hosuseri 火須勢理 e Hoori 火遠理.

Desde então, a imunidade ao fogo fez de Konohana Sakuya Hime padroeira dos seres vivos das eventuais erupções vulcânicas do monte Fuji.


Título: Konohana Sakuya hime no mikoto 木花開耶姫命

Série: Fugaku hyakkei 富嶽百景 (1834)

Artista: Katsushika Hokusai 葛飾北斎 (1760-1849)

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