Estamos em 1184. Na Batalha de Awazugahara 粟津の戦い, para ser mais específico. A samurai Tomoe Gozen 巴御前 (1157-1247) aperta a traqueia do rival Uchida Ieyoshi 内田家吉 (?-1184) como se fosse slime. De acordo com a narrativa épica Contos de Heike 平家物語, escrita no início do século 14:
Tomoe era especialmente bela, dona de traços harmônicos, pele de porcelana e longos cabelos sedosos. Tratava-se de competente arqueira e, na função de espadachim, valia por mil homens, sempre pronta a enfrentar os inimigos, fossem deuses ou demônios, a cavalo ou a pé. Tomoe montava garanhões indomados com imodesta destreza, conduzindo-os por perigosos barrancos e deles saindo ilesa. Sempre que uma batalha era iminente, assumia o posto de primeira capitã, equipada com pesada armadura e catana desproporcional. Suas mostras de valor superavam as dos demais.
Havia samurais do sexo feminino, chamadas onna bugeisha 女武芸者. No período feudal, não era incomum mulheres da classe guerreira praticarem artes marciais e manusearem lança, catana e arco e flecha. Seus papéis, contudo, eram os de salvaguardar as casas quando atacadas pelo inimigo. O que diferenciava Tomoe Gozen era incorporar o seletíssimo grupo de mulheres treinadas para as frentes de batalha.
Artista: Katsukawa Shun’ei 勝川春英 (1762-1819)
postagem em parceria com @pictures_of_the_floating_world
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