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O deus dragão


Ryujin 龍神, o deus dragão, incorpora o poder avassalador dos oceanos. É considerado uma divindade benevolente e generosa, que disponibiliza aos japoneses peixes e frutos do mar. Ryujin também é o responsável pelas expulsão das tropas mongóis de Kublai Khan (1215-1294) não uma, mas duas vezes.

Na primeira incursão, em 1274, os mongóis fincaram bandeira em alguns territórios do arquipélago — a ilha de Tsushima 対馬, próximo à Coreia, por exemplo. Apesar disso, encontraram ferrenha resistência por parte de clãs samurais e foram obrigados a capitular. Durante a debandada, acabaram vítimas de um tufão que afundou um terço das embarcações, entre 500 e 900 naus, e afogou cerca de 13 mil dos 30 a 40 mil soldados à bordo.

Sete anos depois, em 1281, os ressentidos mongóis retornaram, agora com 4.400 navios tripulados por 140 mil homens. Kublai Khan 2.0. Nesse ínterim, porém, os japoneses ergueram grandes muros de proteção que os impediram de encontrar praias adequadas para atracar, de modo que a frota permaneceu meses à deriva. Exauridos de provisões, consideravam alternativas quando terminaram acometidos por um ciclone de proporções catastróficas, batizado pelos japoneses de kamikaze 神風, vento divino.

Os mongóis jamais retornaram ao Japão.

 

Ryujin habita ryugujo 竜宮城, palácio aquático construído com corais vermelhos e brancos, de onde controla o fluxo das marés por meio de joias mágicas. O deus dragão tem por serviçais tartarugas marinhas, águas-vivas, serpentes e outras criaturas aquáticas.

 

Artista: Utagawa Kuniyoshi 歌川国芳 (1798-1861)

 

postagem em parceria com @pictures_of_the_floating_world

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