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Ponte da amizade


Uma jovem de quimono estampado com a bandeira estadunidense é desenhada por seu reflexo na água, uma garota dos antigos distritos dos prazeres 遊廓 celebrada à exaustão nas pinturas e xilogravuras de ukiyo-e 浮世絵.

 

8 de julho de 1853. O comodoro norte-americano Matthew C. Perry (1794-1858) capitaneava as embarcações Susquehanna, Mississippi, Plymouth e Saratoga à baía de Tóquio 東京湾. Seu objetivo? Restabelecer, após um hiato pra lá de dois séculos, tratados comerciais entre o Japão e nações ocidentais. Ancoradas as naus, o comodoro ordenou o posicionamento dos seus setenta e três canhões na direção de Uraga 浦賀, na cidade de Yokosuka 横須賀市, e despretensiosamente disparou ruidosos tiros de festim, o que provocou pânico na população local.

Comemoração atrasada do dia da independência, justificou.

Estarrecido diante de tamanha demonstração de força, o governo japonês encontrava-se paralisado devido à indecisões políticas e à doença incapacitante do xógum 将軍 da vez, Tokugawa Ieyoshi 徳川家慶 (1793-1853). Perry retornou em 13 de fevereiro do ano seguinte, agora com o dobro de embarcações e um montante de mil e seiscentos homens. Semanas depois, em 31 de março, foi assinado o Tratado de Kanagawa 神奈川条約, que instituía a abertura dos portos de Shimoda 下田港 e Hakodate 函館港, o oferecimento de assistência médica a marinheiros ocidentais e o estabelecimento de um consulado norte-americano na cidade de Shimoda 下田市.

Era o início da veloz modernização japonesa.

 

Imagem: East Meets West (1985)

Artista: Kinuko Yamabe Craft キヌコヤマベ・クラフト (1940‒)

 

postagem em parceria com @pictures_of_the_floating_world

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