Falemos de limites. Quando se vive sozinho, você aprende a determiná-los de forma mais firme. Compreende o que aceitará e o que recusará em sua vida. Deixa de criar justificativas para o comportamento dos demais. Seus padrões se elevam — afinal, você reconhece seu valor. A paz decorrente de viver só é incalculável. Sem presunções sobre a fidelidade ou as intenções do outro — apenas a confiança, pura e simples, em si e em suas decisões.
Sua casa passa a refletir seu estado de espírito. Ambientes limpos, mente limpa. Quando se vive sozinho, você cria uma atmosfera que nutre sua alma. Sem a necessidade de lidar com bagunças e idiossincrasias alheias, físicas ou emocionais. As competências desenvolvidas o fortalecem. Cozinhar, faxinar, administrar finanças, lidar com imprevistos: você se torna apto de formas outrora inimagináveis, que servem não apenas para sobreviver, mas para assumir o controle da sua vida.
Há quem diga: “Mas, e a intimidade?”.
Deixe-me dizer: a intimidade mais importante é aquela desenvolvida consigo. Compreender seus pensamentos, conhecer seus desejos, sentir-se confortável na própria pele. Isso é a verdadeira intimidade. A solitude desvela novas perspectivas. Os relacionamentos se constroem pelo que são, não por aquilo que o cinema e a sociedade impõem. Você entende que convidar alguém para sua vida deve multiplicar a alegria e não fragmentar a paz.
A beleza de viver só também reside no fato de não ser algo permanente. Não significa isolar-se. É sobre se priorizar. Construir fundações tão robustas que, caso opte por compartilhar o tempo com alguém, é porque assim o deseja e não porque necessita.
Comments