Penso naquilo que nos é transmitido todos os dias. Busque sua alma gêmea. Não fique sozinho. Você precisa de alguém.
Deixe-me dizer: é ruído, puro e simples. Experimentei os dois lados da moeda, e estar sozinho não é somente bom, é magnífico. Não significa vazio, mas liberdade na forma mais pura. Todas as manhãs, você despertará e as decisões serão para si. Não precisará brigar pelo controle remoto, a última fatia de pizza na geladeira será toda sua. Mas, não falo das pequenas coisas, embora também sejam relevantes. Falo de algo maior. Quando se vive só, você é forçado a encarar a si. Não é possível se esconder na sombra do outro ou usá-lo de muleta. Você, e só você, deve enfrentar o mundo.
É sabido o que pode acontecer nos relacionamentos. As pessoas começam a perder a noção de si, de quem eram outrora. O filme que se quer assistir se transforma num meio-termo. Onde almoçar se transforma num meio-termo. Aos poucos, você se desconecta de quem realmente é. Ao viver sozinho, você encontra sua verdadeira voz, aquilo que o motiva. Você aprende a administrar problemas e compreende que estar só não significa solidão, mas completude.
Alguns dirão: “E a alegria de voltar para casa e encontrar a pessoa amada?”.
Afirmo ser melhor retornar para um ambiente harmônico, que reflete quem se é, onde é possível ser autêntico, sem concessões ou justificativas. Porque relacionamentos costumam se tornar diplomáticos. Posso fazer isso? Devo fazer isso? Ou descambará em discussão?
É exaustivo. Ao viver só, a única pessoa com quem negociar é você — e trata-se da negociação mais importante que há. Considere seu crescimento pessoal. Um relacionamento é similar a uma corrida em que se está preparado para acelerar, porém é necessário coordenar os passos com o outro. Ao estar sozinho, você determina o ritmo. Quer estudar espanhol de madrugada? À vontade. Quer arrumar a casa à meia-noite? Sem problema. Quer jantar no café da manhã? Ninguém o julgará.
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