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Lua vai

Uma jovem visita o templo Ishiyama à noite. Mamãe, mamãe, chama a filha às suas costas. No céu, a lua brilha gorda.

Construído por volta de 747, o lugar teria sido fundado por ninguém menos que ele, Roben 良弁 (689-773), o monge abduzido quando criança por uma águia, que o desovou em pleno voo nos galhos de um pinheiro. Tudo certo, fora os arranhões e o trauma. O local preserva dois fragmentos de manuscritos do Shiji 史記, primeiro dos Nijushishi 二十四史, registros das vinte e quatro dinastias históricas chinesas, que começam lá onde o vento faz a curva, em 3000 a.C., e se encerram apenas no século 17, com a derrocada da dinastia Ming (1368-1644).

Documentos atestam que as esculturas guardiãs dispostas no portal sanmon 三門 seriam de autoria do mestre escultor Unkei 運慶 (c. 1150-1223) e seu talentoso discípulo, Tankei 湛慶 (1173-1256). Também foi no Ishiyama, dizem, que a cortesã Murasaki Shikibu 紫式部 (c. 973-1014 ou 1025), em uma noite de outono e lua cheia nos idos de agosto de 1004, esboçou as primeiras frases da obra monumental Genji monogatari 源氏物語. Em homenagem, o templo dispõe de uma sala com estátua e imagem em tamanho natural da escritora.

 

Imagem: Ishiyamadera no shugetsu 石山寺の秋月 (1933)

Artista: Tsuchiya Koitsu 土屋光逸 (1870-1949)

 

postagem em parceria com @pictures_of_the_floating_world

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