Gestos, não justificativas, parte 3

Lembre-se: quem anseia por mudanças não espera, não necessita de plateia, não se escora em promessas grandiloquentes ou perdões dramáticos. Limita-se a fazer o necessário, dia a dia, indiferente se notado ou desapercebido. Isso resulta em transformações significativas, que demonstram caráter. Cultive essa característica e a procure nos demais.

A verdade é que você é quem mais importa. Impossível controlar o ímpeto de transformação em terceiros, detectar falsas desculpas, garantir que farão melhor da próxima vez. Contudo, é possível escolher o que de fato importa, administrar crenças, selecionar em quem confiar. Assim, comece hoje. Privilegie ações a falácias, padrões a promessas. Interaja com os outros por quem são, não quem fingem ser. Quando o fizer, quando o fato se sobrepuser ao boato, notará sua vida se desanuviar, fluidez na tomada de decisões, fortalecimento nos relacionamentos. Você se tornará mais sábio.

É a sua jornada, o seu instante. A sua vida. Enxergue a verdade diante de si.

A escolha é sua. A hora, agora. A verdade demanda trabalho, não subterfúgios. Acredite, confie. Consagre sua vida. No final, é o que realmente importa. Não o alardeado, mas o feito. Não o almejado, mas o realizado. Não mudanças futuras, mas presentes. Recorde-se deste momento, destas palavras. Confie no tangível ao intangível. Erga-se, posicione-se, cultive-se. O futuro o aguarda, construído com verdades e não sofismas.

Há quem considere segundas chances um gesto humano, e está correto — até certo ponto. Existem diferenças entre compaixão e cegueira, gentileza e ingenuidade. Pegue o telefone celular, leia as mensagens evasivas daqueles que juraram companheirismo, as ligações não atendidas de quem estaria ao seu lado, as tantas promessas descumpridas. Recorda-se da última vez que a conduta de alguém fez com que questionasse seu caráter? A última vez que justificou o comportamento alheio, iludiu-se e acreditou não ser intencional, mesmo sabedor que foi? Desperte e permaneça atento. Seus instintos buscam transmitir algo. Tudo o que aprendeu, o que observou e vivenciou, funde-se em uma única sentença: creia nos gestos.